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Lição 10 - Pais e Filhos, Senhores e Servos

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INTRODUÇÃO



Paulo continua falando sobre relacionamentos. Após ter escrito sobre marido e mulher, ele tem mais dois pares: pais e filhos - senhores e servos. Vamos conhecer o padrão bíblico para eles.



I - PAIS E FILHOS (Efésios 6:1-4)



Ao dizer para os filhos obedecerem aos pais, o apóstolo destaca duas verdades. A primeira é que devem obedecer "no Senhor", e isso significa que a obediência aos pais faz parte dos deveres dos filhos que têm Cristo como Senhor de sua vida. O próprio Jesus foi um filho submisso aos pais (Lucas 2:51). A segunda verdade é que obedecer aos pais é algo "justo" (Ef. 6:1). A justiça natural é aquela "lei natural" que Deus escreveu em todos os corações humanos. Todas as sociedades e todas as culturas tratam a obediência aos pais como algo "justo", ou seja, algo que é "devido". Todo filho deve obediência aos pais em qualquer família do mundo.

Além disso, "é no seu relacionamento familiar que a criança aprende a se relacionar com a sociedade como um todo e com a vida de um modo geral".



1. O padrão de Deus para os filhos: obediência (Efésios 6:1-3)



a) A obediência não é uma opção - é um mandamento: Em Efésios 6:1-3 Paulo está citando Êxodo 20:12. "Honrar", no hebraico, significa dar peso, dar importância, valorizar, ter apreço, prestigiar. O melhor comentário sobre esse mandamento é o livro de Provérbios 17:25; 19:26; 23:22; 28:24 e 30:11. Mas como praticar a obediência a nossos pais? Hans Ulrich Reifler, em seu livro A ética dos dez mandamentos (Edições Vida Nova), dá algumas sugestões.



(1) Reverenciá-los;

(2) Ajudá-los financeiramente quando necessário e até fazer sacrifícios.

(3) Submeter-se a seus desígnios quando a vontade divina é respeitada e o núcleo de nova família não é prejudicado.

(4) Ser misericordiosos para com eles; tratá-los bem em qualquer circunstância.

(5) Jamais abandoná-los.



b) A obediência é o caminho para obter bênçãos: "para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra" (Ef. 6:3). Há três maneiras de entender o prolongamento dos dias.



(1) Na interpretação histórica, vemos o exemplo de Josué e Calebe, os únicos que entraram em Canaã após quarenta anos de peregrinação, justamente por causa da obediência aos princípios espirituais dos pais.

(2) Na interpretação literal, entende-se que os dias são prolongados de maneira física, um pensamento encontrado principalmente em Provérbios 10:27. Essa verdade ainda pode ser vista hoje em dia: obedecer aos conselhos dos pais contra o alcoolismo, as drogas e as más companhias pode prolongar nossos dias.

(3) Na interpretação espiritual, ter os dias prolongados é estar em comunhão contínua com o Senhor. A vida eterna é o prolongamento da vida e da comunhão até depois da morte.



Há uma diferença entre obedecer e honrar. Obedecer significa agir de acordo com as instruções recebidas. Honrar significa respeitar e amar. Os filhos não devem desobedecer a Deus ao obedecerem aos seus pais. Não se requer que filhos adultos obedeçam a pais tiranos. Os filhos são obrigados a obedecer enquanto estiverem sob os cuidados dos pais, mas a responsabilidade de honrá-los é vitalícia.



2. Padrão de Deus para os pais (Efésios 6:4)



Em Efésios 6:4 temos uma divisão muito clara na tarefa dos pais. Primeiramente, o que eles não devem fazer, e depois, o que devem fazer. Antes de entendermos o significado de ambas, temos algo a esclarecer. 

Embora a palavra "pais" em Efésios 6:4, no idioma grego é "pateres", seja um substantivo plural masculino, é provável que Paulo esteja se dirigindo a pais e mães, como fez na carta aos Hebreus quando usou a mesma palavra "pateres" quando se referiu aos pais (pai e a mãe) de Moisés (Hebreus 11:23).



a) O que os pais não devem fazer? "Não provoqueis vossos filhos à ira" (Ef. 6:4). Quando é que provocamos nossos filhos à ira? Alguns sugestões:

(1) Quando não estamos presentes no momento em que eles mais precisam de nós;

(2) Quando não somos constantes e equilibrados em nossa disciplina;

(3) Quando prestigiamos um filho e menosprezamos outro (favoritismo);

(4) Quando fazemos exigências absurdas que não levam em conta a inexperiência ou incapacidade  dos filhos;

(5) Quando não compreendemos o "mundo" que eles enfrentam.

(6) Quando menosprezamos o potencial que existe neles, do qual ninguém, além de Deus, é totalmente conhecedor. Aqui vale uma preciosa frase: "Qualquer pessoa pode dizer quantas sementes há em uma maçã, mas só Deus pode dizer quantas maçãs nascerão de uma semente."



Todas essas são atitudes que podem provocar nossos filhos à ira. Lembremos que as crianças têm um senso de justiça embutido.



b) O que os pais devem fazer? "Criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor" (Ef. 6:4). "Criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor" (Ef. 6:4). Três palavras resumem o dever dos pais: criar, educar e aconselhar. Criar é "nutrir" ou "alimentar"; disciplina tem um sentido muito amplo, desde "treinamento", "educação", "correção", até "castigo e punição" em consequência de males que se pratica. A admoestação é a "advertência verbal"

Aqui surge um importantíssimo assunto: criação de filhos. Um doutor chamado Russel Shedd disse num congresso de pastores e líderes que o Brasil tem um sério problema com criação de filhos. Ele tem conhecimento para dizer isso, destacamos dois desses problemas:



(1) Falta de limites dos pais em relação aos filhos: ​



a) Aprender a autoproteção. Crianças que não recebem limites não aprendem a se proteger, principalmente de pessoas más e perigosas;

b) Assumir a responsabilidade pelas próprias necessidades;

c) Ter noção de controle e de escolha;

d) Esperar pela recompensa dos objetivos;

f) Respeitar os limites dos outros.

Segundo pesquisadores, há uma sequência de "nãos" que a criança pode receber durante a vida:



* Não dos pais;

* Não dos irmãos;

* Não dos professores;

* Não dos colegas de classe;

* Não dos patrões e superiores;

* Não dos cônjuges;

* Não dos problemas de saúde;

* Não da polícia, dos tribunais, e até da cadeia. Mas aqui, nessas instâncias, não há amor nem misericórdia, como deveria existir por parte dos pais, no primeiro "não".



(2) Uso da "vara". É verdade que o uso da vara para correção de filhos aparece pela primeira vez no livro de Provérbios 13:24 (e depois em 22:15; 23:13-14; 29:15). E antes disso? Antes os pais devem dar instrução aos filhos, como se vê em Provérbios 2:1; 3:1; 4:1; 5:1; 6:1; 7:1. Alguém disse que "a disciplina com vara é como remédio: somente quando necessário, e somente na dose certa". Mas ela precisa acontecer, pois "a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua mãe" (Provérbios 29:15).



Você sabia que os pais são a terceira maior influência na vida dos filhos? 

A primeira, os amigos, e a segunda, a mídia. Então, pais, quando vocês chegarem, dois já chegaram à sua frente para influenciar seus filhos. Que Deus nos ajude e nos dê muita sabedoria. Amém.



II - SENHORES E SERVOS (Efésios 6:5-9)

O último relacionamento que Paulo trata diz respeito ao ambiente de trabalho. Senhores e servos de ontem são patrões e empregados (ou funcionários) de hoje. O apóstolo Paulo tem uma palavra para os dois. Mas, antes de tudo, vale lembrar que o nome de Cristo aparece em todos os cinco versículos desse parágrafo. Duas vezes como "Cristo", e três como "Senhor".



1. Servos (Ef. 6:5-8)

Há quatro coisas ditas a eles.

a) Obedeçam a seu senhor com temor e tremor, respeitem-no com coração sincero (Verso 5);

b) Sirvam não apenas quando estiverem sendo observados, mas trabalhem como servos de Cristo, pois assim vocês estarão fazendo a vontade de Deus (Verso 6);

c) Trabalhem de boa vontade porque, na verdade, vocês estão servindo ao Senhor Jesus, e não a homens (Verso 7);

d) O Senhor vai recompensar vocês se servirem ao patrão como se estivessem servindo a Deus (Verso 8).

Encontramos uma enorme motivação e satisfação no trabalho quando seguimos os conselhos bíblicos em Efésios 6:5 a 8.



2. Senhores (Ef. 6:9)

Há três "recados" aos senhores.



a) Tratem os servos como gostariam de ser tratados. "De igual modo procedei para com eles". Que "modo" é esse? É o respeito que Paulo pediu dos servos. Em outras palavras: se vocês esperam respeito, demonstrem respeito.

b) Deixem as ameaças. Se os pais não devem provocar os filhos à ira, os senhores também não devem ameaçar os servos. É uma forma de abusar da autoridade.

c) Lembrem que Cristo é Senhor de servos e de senhores. O Senhor Jesus não faz acepção de pessoas, isto é, não tem favoritismo ou preferências.



Para reflexão: Você consegue ver no trabalho um lugar onde está servindo a Deus? Como os senhores de hoje ameaçam os funcionários?



CONCLUSÃO

Os padrões que a Bíblia estabelece para o relacionamento entre marido e mulher, pais e filhos, senhores e servos são atuais e plenamente possíveis de serem praticados. Afinal, o próprio Cristo que os estabeleceu é quem vai nos ajudar a colocá-los em prática.

A igreja foi estabelecida também para servir de modelo nos relacionamentos para toda a sociedade. É verdade que nem sempre isso acontece. Mas, sem ela, o mundo seria muito pior.

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