Lição 07 - A Nova Roupa

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INTRODUÇÃO

Ainda estamos no capítulo 4 de Efésios. Isso quer dizer que o assunto da lição de hoje é continuação do “Rogo-vos (da lição 6 Unidade, Serviço e Crescimento), pois, eu, o prisioneiro no Senhor” (versículo 4.1), ou seja, o apelo de Paulo continua. Vimos, na lição anterior que a Unidade Cristã é sinal do andar digno dessa vocação. Agora, vamos ver que outro sinal é a Santidade.
Para estabelecer a base doutrinária da santidade cristã, o apóstolo faz um contraste entre o que fomos e o que somos, o passado e o presente, a velha vida e a nova vida.

Se puder, identifique no quadro abaixo as características presentes na Vela Vida e na Nova Vida. Você deverá escrever 03 exemplos de cada característica nos espaços em branco.
Atenção: Se você quiser escrever na própria lição, antes de tudo, deverá fazer o download dela acima e abri-la para escrever no documento.

VELHA VIDA

Mente vazia:

1)_________________________________________________________________________________________________________________________________________

2)_________________________________________________________________________________________________________________________________________
3)_________________________________________________________________________________________________________________________________________

Vida alienada de Deus:

1)_________________________________________________________________________________________________________________________________________
2)_________________________________________________________________________________________________________________________________________
3)_________________________________________________________________________________________________________________________________________

Coração endurecido:

Corpo entregue à impureza:

I – O QUE ÉRAMOS ANTES: A VIDA PAGÃ (Efésios 4:17-19)

“Isto, portanto, digo, e no Senhor testifico”. A expressão no Senhor significa “em nome do Senhor”. É a declaração de Paulo de que o que escreve tem a autoridade do Senhor Jesus Cristo.
“que não mais andeis como também andam os gentios”. É claro que nem todos os pagãos eram (nem são) tão dissolutos quanto aqueles que estão sendo mencionados. Mas assim como há uma vida cristã típica, também há uma vida pagã típica. Paulo está generalizando, naturalmente.
Mas os efésios sabiam, por experiência, quatro coisas que caracterizaram a vida gentílica ou pagã.

1. Mente vazia: “na vaidade dos seus próprios pensamentos” (versículo 17) Pensamentos fúteis, sem valor. “Era o gasto de tempo, energia, raciocínio e inteligência em assuntos vazios de significado. Era manter a mente ocupada com coisas pequenas, inúteis e insignificantes, que levava a vida a ser organizada em função de inutilidades, de coisas vãs” (Marcos Monteiro, Efésios, Encontro publicações, p.92)

2. Vida alienada de Deus: “alheios à vida de Deus, por causa da ignorância em que vivem” (versículo 18). Vida alienada é vida distante. O Filho pródigo “partiu para uma terra distante e lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente” (Lucas 15:13). Longe da casa do Pai, os homens não conhecem limites, a ignorância os domina.

3. Coração endurecido: “obscurecidos de entendimento... pela dureza do seu coração” (versículo18). A palavra grega para “dureza” lembra uma pedra, chamada poros, que era a mais dura que o mármore. A ideia é que a pessoa vai ouvindo a Palavra de Deus e endurecendo o coração, por meio da constante desobediência, até criar uma “casca” impenetrável, através da qual nem o próprio Deus atinge o coração da pessoa. Daí as advertências de Hebreus 3:7 a 15 e 4:7 e também Provérbios 29:1. O problema é que o coração endurecido cega o entendimento, trazendo engano sobre engano.

4. Corpo entregue a toda sorte de impureza: “os quais, tendo-se tornado insensíveis, se entregam à dissolução para com avidez (desejo ardente, imoderado, veemente, de alguma coisa), cometerem toda sorte de impureza”. (versículo 19).
Só podia dar nisso! É o famoso comentário que sempre ouvimos. Se juntarmos as expressões de Paulo, vamos notar que há conexões lógicas no ensino do apóstolo, mostrando o caminho do mal. Primeiro os pagãos têm pensamentos vazios, depois vivem alheios à vida de Deus, em seguida vem a dureza do coração, até que, finalmente, tornam-se insensíveis e se entregam a toda sorte de impureza. Como comentarista bíblico Stott disse: “Tendo perdido toda a sensibilidade, as pessoas perdem todo autocontrole”.
Uma pessoa, uma família ou uma sociedade que perdeu a capacidade de sentir dor é um perigo constante. Porque a dor é um aviso de que alguma coisa errada está acontecendo no organismo. Ela tem um papel de defesa e proteção.

“Quando uma sociedade perde a capacidade de sofrer pelos seus desmandos ou sentir dor pela miséria dos seus componentes, é uma sociedade sem capacidade de cura, sem possibilidade de mudança de rumo. O sentimento de culpa, quando a culpa é autêntica, pode ser construtivo, pode significar início de transformação. O diagnóstico da doença é essencial à indicação do remédio” (Marcos Monteiro, Efésios, Encontro Publicações, p. 93).

Efésios 4:17 a 19 ajuda você a entender melhor o comportamento da sociedade sem Deus? Por quê?

NOVA VIDA:

Mente instruída por Cristo:

Vida em comunhão com Cristo:

Coração submisso a Cristo:

Corpo entregue à retidão:

II – O QUE SOMOS AGORA: A VIDA CRISTÃ (Efésios 4:20 a 24)

“Mas não foi assim que aprendestes a Cristo” (versículo 20). Na Nova Tradução na Linguagem de Hoje está escrito: “Mas não foi essa a maneira de viver que vocês aprenderam como seguidores de Cristo”.
Em Efésios 4:20 a 24, estamos do “outro lado do rio”, a vida de hoje, o que somos agora. Assim como acontece em Efésios 2:4, a conjunção adversativa “mas” indica que houve uma transformação. Isto é, em contraste com a dureza do coração, da indiferença e da insensibilidade, Paulo coloca o processo da conversão, empregando três expressões que se centralizam na pessoa de Jesus Cristo: aprender a Cristo, ouvir a Cristo e ser instruído em Cristo.

1. A escola de Cristo (versículo 20 a 21)

a) “Aprendestes a Cristo” (v.20): O próprio Cristo é a substância do ensino cristão. Há muita gente querendo “evangelizar” sem Jesus. Acredite se quiser! Paulo disse que o que aprendemos foi Cristo, não apenas as palavras Dele, Seus milagres, mas Ele mesmo, Ele puro, só Ele. O evangelho puro é “Cristo em vós, a esperança da glória” (Colossenses 1:27).

b) “Tendes ouvido a Cristo” (v.21): Cristo não apenas é a substância do ensino como também o próprio Mestre - “o tendes ouvido”. Sabemos que Jesus não esteve pessoalmente na igreja de Éfeso, mas é certo que, por meio da voz dos apóstolos e mestres da igreja, os efésios realmente tinham ouvido a voz do Senhor. “Assim, aprendemos que todas as vezes que alguém estiver falando com autenticidade de vida e de ministério, o Evangelho puro e simples, pode-se dizer que Cristo está ensinando sobre Cristo” (comentarista Stott)

c) “Instruídos por Cristo” (v.21): Jesus Cristo, além de ser o ensinador e o ensino, também era o conteúdo, até mesmo o ambiente no qual o ensino era dado. E quando Jesus Cristo é, ao mesmo tempo, o assunto, o objetivo e o ambiente da instrução que está sendo dada, podemos ter confiança de que essa é verdadeiramente cristã. Há muitos “discipulados” que não passam de um manual de doutrina de uma igreja local ou de uma denominação, quando muitos ensinos preciosos de Cristo são deixados de lado. Há pregadores e pastores que querem que suas ovelhas sejam cópias fiéis dele – do pastor – e não de Cristo.

Observe que, no final do verso 21, o apóstolo Paulo muda o título “Cristo” para o nome “Jesus”, o que parece ser intencional - “segundo é a verdade em Jesus”. O Jesus histórico é a própria encarnação da verdade: “E o verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade” (João 1:14). O comentarista Stott resume tudo isso em uma sábia frase: “Jesus Cristo era o ensinador, o ensino, o conteúdo e o ambiente do aprendizado”.

2. A nova roupagem (versículo 22 a 24)

Nesses versículos, o apóstolo Paulo explica o que significa aprender a Cristo. Afirma o que é compreender a nova vida que Jesus nos deu, e os novos padrões que dela resultam. É tirar a nossa velha humanidade como uma roupa velha e podre, e vestir como uma roupa nova, a nova humanidade criada à imagem de Deus.
“quanto ao trato passado (“quanto à antiga maneira de viver” conforme a tradução bíblica Nova Versão Internacional), vos despojeis do velho homem”. Aqui está o ponto central do Evangelho: tornar-se cristão envolve um mudança radical, isto é, a conversão (lado humano) e nova criação (lado divino).

a) O velho homem: é o homem carnal que se deixa guiar pelas concupiscências do engano, ou seja, só deseja as coisas que Deus odeia. É o homem que anda segundo as inclinações da carne (Romanos 8:5 a 11 e Gálatas 5:16). A esse, Paulo conclama: “vos desposeis do velho homem”. Significa despir a natureza corrupta, assim como desejamos tirar uma roupa suja, esfarrapada e malcheirosa.

b) O novo homem: Esse é renovado “no espírito do vosso entendimento” (versículo 23). Conversão é mudança de direção, mudança de pensamento. Um caçador experiente faz a pontaria para a cabeça do animal, pois se acertá-la, atinge o restante do corpo. Assim também, o tirar a roupa suja e colocar a roupa nova é, sobretudo, ser renovado no homem interior. “Se a degradação dos pagãos se deve à mente vazia, a retidão do cristão depende da constante renovação da mente” (Stott). O velho homem era dominado por paixões proibidas (não apenas sexuais); o novo homem foi criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade (versículo 24).

Você concorda que há muito cristão que não aprendeu de Cristo? Como isso é possível?

Deus já criou um novo homem ou nova mulher em você? Quais são os sinais concretos de que Ele fez isso?

CONCLUSÃO

Vamos concluir com esta citação de John Stott.
“O nosso costume de adaptar o nosso modo de vestir de acordo com a ocasião ainda permanece como um princípio geral. Quando vamos a um casamento, usamos certo tipo de roupa; quando vamos a um enterro, usamos outro tipo de roupa. As roupas de muitas pessoas são determinadas, além disso, pelo ofício. Os soldados do Exército usam roupas diferentes dos marinheiros. Os advogados têm roupas especiais quando comparecem ao tribunal; os juízes, também. Quando porém, mudamos de papel, trocamos de roupa. Ao terminar o trabalho, o juiz troca sua roupa. Exatamente assim, visto que por uma nova criação tiramos a velha humanidade e vestimos a nova, devemos também deixar de lado os velhos padrões, e adotar os novos. Nosso novo papel envolverá novas roupas, e nossa vida, um novo estilo ético de viver.”

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